refúgio

O que me puxou para o mato foi a virgindade de suas emanações. Se você larga um serrote ao tempo ele enferruja das pancadas de chuva e calor. Feito a gente carregando na bagagem da alma as visões e ideias e dedos em riste pelo caminho. 

Mata virgem : refúgio. Eu precisei me des/re-fazer. Pelo trajeto fui deixando pedaços. 

Havia uma serpente. Feito miragem, a vi descamando, me comunicando algo. Resolvi me entregar de vez, sem retorno. 

Havia pedaços, agora meus, se desmontando, desintegrando, rompendo bagagens, as quais, não eram minhas, que não serviam mais para mim. A mata fria, de emanações virgens, eu embrenhado naquele ritual acasala-dor. Deixei-me penetrar pelo não penetrável. Aprendendo sobre liberdade na ânsia por reconectar ao imaculado a fim de desmacular, ao meu modo, caso queira, no momento da maturação das minhas decisões.

No retorno, eu via que o mato eu saí rompendo feito um serrote afiado. A chuva começou a castigar. 

Eu já não me importava e o serrote reluzia na noite. 


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